Assinala-se a 11 de outubro o Dia Mundial do Combate à Obesidade, com o objetivo de consciencializar a população para a necessidade da prevenção, diagnóstico, gestão e tratamento desta doença.
A obesidade é uma doença que se caracteriza pelo excesso de gordura corporal, tendo, um impacto negativo na saúde. Uma pessoa é considerada obesa quando o seu Índice de Massa Corporal (IMC) – que se obtém através da fórmula matemática: peso em quilos ÷ altura em metros ao quadrado – é superior a 30 kg/m².
De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), são cerca de 92 milhões de pessoas que estão em risco por causa da obesidade. Na União Europeia, mais de metade da população adulta é obesa e em grupos etários mais novos os números tornam-se cada vez mais preocupantes (fontes: WGO e UEG). É, por isso, considerada a pandemia deste século, com alta influência negativa na qualidade de vida e inclusivamente na esperança média de vida.
Este é um problema de saúde pública e é um fator de risco associada a várias patologias como doenças cardiovasculares, apneia do sono e aumenta o risco de se ter sintomas e doenças do aparelho digestivo. Está provado o aumento dos cinco cancros digestivos (cancro do esófago, estômago, pâncreas, fígado e cólon) nas pessoas com obesidade. Além de encurtar a esperança média de vida, é também mais provável que uma pessoa obesa tenha doença de refluxo, obstipação ou fígado gordo, que também se associa à diabetes e a elevação do colesterol e que, em alguns casos, pode levar a inflamação, que poderá evoluir para cirrose e cancro do fígado.
Guilherme Macedo, presidente da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia, refere que “cerca de 75% dos doentes obesos têm doença hepática não alcoólica, o que se reflete num aumento significativo de doença hepática avançada, de cancro de fígado e de necessidade de transplante.” e acrescenta ainda que “o gastrenterologista tem um papel fundamental, trabalhando em conjunto com equipas multidisciplinares, no combate a esta pandemia que se agrava anualmente e que atinge muito a Saúde Digestiva”.
Adotar um estilo de vida saudável, como ter uma dieta equilibrada, praticar exercício físico com frequência e consultar um gastrenterologista, são exemplos de hábitos essenciais que evitam a obesidade e todos os riscos que esta acarreta a saúde. Estas soluções devem ser adotadas de forma a combater um problema mundial de saúde pública e que representa uma das principais causas de doenças digestivas crónicas e também é responsável pelo aumento do risco de mortalidade.