Saúde Digestiva



Colangite

Biliar Primária

Uma doença rara que merece a nossa atenção

Uma recomendação da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia

O Dia Internacional da Colangite Biliar Primária (CBP),  pretende chamar a atenção para uma doença rara, crónica, que afeta primariamente o fígado. Estima-se que atinga cerca de mil doentes em Portugal. A Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia reforça a mensagem da importância do diagnóstico e tratamento precoce desta doença silenciosa.

Leia aqui o artigo na íntegra.

Em que consiste
esta doença?

É possível perceber através do nome

 

Colangite

Inflamação dos pequenos canais do fígado que transportam a bílis, um líquido esverdeado necessário, entre outras funções, para a digestão dos alimentos.

Biliar

tem origem nos canalículos biliare

Primária

Não se conhece com precisão a causa da doença.

Em que consiste
esta doença?

 

 

É possível perceber através do nome

 

Colangite   

Inflamação dos pequenos canais do fígado que transportam a bílis, um líquido esverdeado necessário, entre outras funções, para a digestão dos alimentos.


Biliar

tem origem nos canalículos biliares.

 

Primária

Não se conhece com precisão a causa da doença.

Assim, a Colangite Biliar
Primária (CBP) define-se como

Uma doença rara e autoimune, desencadeada por substâncias do próprio organismo que atacam o fígado, provocando inflamação.

 

A doença caracteriza-se pela destruição lenta e progressiva dos pequenos ductos biliares dentro do fígado.

 

O corpo ataca uma parte normal do seu próprio organismo, neste caso os ductos biliares, que são responsáveis por permitir o fluxo de bile do fígado. A sua destruição leva à má drenagem de ácidos biliares.

Mas, o que se sabe mais sobre esta doença rara?

Eis os principais factos

 

Mas, o que se sabe mais sobre esta doença rara?

Eis os principais factos

 

  • Em Portugal, afeta apenas 1000 pessoas
  • Na grande maioria dos casos, não é uma doença grave, sendo o principal sintoma o prurido, por vezes incapacitante.
  • Cerca de 90% dos casos são mulheres entre os 40 e os 60 anos.
  • Não é contagiosa.
  • As consequências mais graves podem surgir em cerca de 15-20% dos doentes com cirrose descompensada:
    • Ascite (acumulação de líquido intraabdominal)
    • Encefalopatia (alterações mentais)
    • Vómitos com sangue por rotura das varizes do esófago
    • Emagrecimento acentuado ou então cancro do fígado.
    • Nalguns casos tem que se avançar para transplante hepático.
  • Os doentes com CBP constituem cerca de 10% dos transplantes hepáticos. É uma das melhores doenças para transplante sendo a sobrevivência de 90% após 10 anos de transplante.

Como detetar a CBP?

O que se sabe sobre o diagnóstico

Na maioria dos casos a CBP é assintomática e silenciosa.
Os sintomas principais são o cansaço inexplicável ou o prurido.

 

Como detetar a CBP?

O que se sabe sobre o diagnóstico

Na maioria dos casos a CBP é assintomática e silenciosa.
Os sintomas principais são o cansaço inexplicável ou o prurido.

 

O prurido, por vezes, é muito incapacitante, levando a feridas na pele, “sinais de coceira”. Muitas doentes começam por ser consultadas por dermatologistas.

A melhor forma de detetar a CBP, é através de uma análise de sangue, simples, que se faz em qualquer laboratório e qualquer médico a pode solicitar.

Desse modo, algumas formas de diagnosticar a doença passam por: Elevação da ALT, Fosfatase Alcalina e Bilirrubina Presença do Anticorpo antimitocondrial.

Tanto no diagnóstico como no tratamento da CBP, é fundamental avaliar se o doente tem ou não cirrose.

Existem vários testes sanguíneos que o permitem detetar:

• Fibroscan® (elastografia hepática) o mais fiável
• Ecografia abdominal outro exame fundamental
• Biópsia hepática exame ao qual por vezes se tem de recorrer

O que acontece, se o doente tiver cirrose?

Este tem que ser vigiado toda a vida, através de uma ecografia de seis em seis meses.

Não existe cura para a CBP, mas o tratamento
pode ajudar a controlá-la.

Qual o tratamento disponível?

E qual o grau de eficácia?

 

O tratamento consiste na toma de Ácido Ursodeoxicólico

Em cerca de 60% dos casos consegue-se controlar a doença e evitar o risco de progressão com esta medicação

Mas caso esse tratamento não resulte?

Para casos mais resistentes e intolerantes, existe um tratamento mais recente, o Ácido Obeticólico.

Este tratamento surge ao fim de 20 anos de investigação, mas há critérios bem determinados para o seu uso.

Se diagnosticada precocemente,
a doença tem tratamento,
que ajuda a controlar bastante a doença.

Por isso, inclua as análises ao fígado nas avaliações de rotina.