A ecografia endoanal é um meio auxiliar de diagnóstico que permite a avaliação da parede do canal anal, recto distal e suas estruturas adjacentes.
É um exame extremamente útil na avaliação de processos supurativos perianais, como as fístulas e os abcessos, permitindo a sua adequada caracterização pré-operatória, de forma a melhor guiar a técnica cirúrgica.
Outra área de aplicabilidade da ecografia endoanal é no estudo da incontinência anal. Nestes casos a ecografia endoanal permite uma excelente delineação dos músculos que compõem os esfíncteres anais, permitindo a identificação e caracterização de lacerações assim como outro tipo de anomalias (p.ex atrofia ou hipertrofia esfincteriana).
A ecografia endoanal representa ainda um papel importante no estadiamento local de neoplasias malignas do canal anal ou do recto distal. Permite avaliar o seu tamanho, localização, profundidade de invasão da parede e outros órgãos e presença de gânglios, sendo essencial na definição do plano terapêutico destes doentes.
Para a realização deste exame, o doente deverá realizar preparação com aplicação de um enema por via rectal. Na realização do exame é utilizada uma sonda rígida de ultrassonografia, revestida com gel lubrificante, que é introduzida gentilmente no recto distal através do ânus, não sendo necessária a insuflação de ar. É realizado com o doente deitado numa marquesa, habitualmente na posição deitado para o lado esquerdo, e muito ocasionalmente na posição deitado de costas.
A ecografia endoanal é um exame geralmente bem tolerado e por isso é quase sempre realizado com o doente acordado. É também um exame bastante seguro, sendo muito raras as complicações reportadas (perfuração e hemorragia).
Drª Teresa Moreira,
Médica Gastreonterologista