Saúde Digestiva



Sobre o

Aparelho Digestivo

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Cólon e Reto

Esófago

O esófago é um tubo muscular com cerca de 20 cm de comprimento, que liga a boca (em particular a faringe) ao estômago. Está associado a múltiplas doenças, sendo o refluxo gastroesofágico (DRGE) a mais comum e que mais impacto económico acarreta.

No Ocidente, afeta 25% da população. A saúde digestiva do esófago depende do controlo de fatores de risco para as doenças mais prevalentes (DRGE e cancro do esófago), como tabagismo, álcool, excesso de peso, bebidas quentes e ácidas. As fibras na dieta são um fator positivo, não só para o esófago, mas para a saúde em geral. Há quem lhe chame “o canal da sopa”.

Conhecer o Esófago

O esófago é um tubo muscular que liga a boca (em particular a faringe) ao estômago. Tem cerca de um palmo de comprimento (20 cm), é revestido internamente por uma camada chamada mucosa (revestimento interno), e localiza-se atrás da traqueia e do coração e à frente da coluna vertebral. O esfíncter esofágico superior (EES) é um feixe de músculos na parte superior do esófago, que são usados quando se respira, come, arrota e vomita. Eles impedem que alimentos e secreções entrem pela traqueia. O esfíncter esofágico inferior (EEI) é um feixe de músculos na extremidade inferior do esófago, onde se encontra o estômago. Quando o EEI está encerrado, impede que o conteúdo ácido do estômago retorne para trás. Os músculos do EEI não estão sob controlo voluntário. O EEI é uma válvula que se abre para deixar passar os alimentos e evitar que eles passem de novo para o esófago. O seu mau funcionamento pode levar a refluxo ou seja a passagem de alimentos ou ácido do estômago para o esófago. Cerca de 3 milhões de pessoas já experimentaram refluxo.

O Esófago em Portugal e no Mundo

O esófago pode associar-se a múltiplas doenças, incluindo: doença do refluxo gastroesofágico (DRGE); esofagite (inflamação); esófago de Barrett; úlcera esofágica; estenose esofágica; acalásia; cancro do esófago; síndrome de Mallory-Weiss; varizes esofágicas; anel esofágico (anel de Schatzki); membrana esofágica. Os exames complementares que permitem realizar o estudo e diagnóstico das várias doenças do esófago incluem: endoscopia digestiva alta; trânsito esofágico (ingestão de uma papa que se pode ver no Rx); manometria esofágica (medir as pressões); monitorização do pH esofágico (pH-metria). A DRGE é a doença gastrointestinal mais comum e que mais impacto económico acarreta. Nas populações ocidentais, 25% das pessoas referem sintomas mensais de refluxo, 12% referem sintomas semanais de refluxo e 5% reportam sintomas diários de refluxo. A incidência anual (novos casos) na Europa de cancro do esófago é de 3-9 casos por 100.000 habituantes. A sobrevida geral aos 5 anos é de apenas 15%. No global, o carcinoma epidermoide e o adenocarcinoma representam 95% dos cancros do esófago.

A Saúde Digestiva do Esófago

A saúde digestiva do esófago está dependente do controlo de fatores de risco para as doenças mais prevalentes, em particular a DRGE e o cancro do esófago. Várias medidas podem ser tomadas para aliviar o refluxo gastroesofágico e reduzir o risco de complicações, como o esófago de Barrett e, possivelmente, o cancro esofágico. Elevar a cabeceira da cama aproximadamente 15 centímetros pode evitar que o ácido retorne ao esófago durante o sono. Medicamentos que causam sintomas devem ser evitados, assim como fumar e evitar ou reduzir o excesso de peso. Café, álcool, alimentos gordurosos, açúcares refinados, bebidas ácidas, como sumo de laranja, bebidas à base de cola, temperos para salada à base de vinagre e outras substâncias que estimulam intensamente o estômago a produzir ácido, ou que retardam o seu esvaziamento, também devem ser evitados. Assim como comer três horas antes de dormir. As fibras na dieta são um contributo positivo. O tabagismo (de qualquer tipo) e a ingestão de álcool são os principais fatores de risco para o desenvolvimento de cancro esofágico, em particular o cancro epidermoide. A maioria dos adenocarcinomas do esófago desenvolve-se em pessoas com esófago de Barrett no contexto de refluxo gastroesofágico crónico. Pessoas obesas apresentam maior risco de adenocarcinoma, devido ao maior risco de desenvolvimento de DRGE. Barrett é uma situação em que o revestimento interno do esófago fica, devido à agressão do ácido, semelhante ao revestimento do estômago.

Prevenir, Diagnosticar e Tratar

Apesar do número de patologias afetas ao esófago não ser muito extensa, o seu impacto é considerável, sobretudo pelos sintomas limitantes que lhes estão associadas, em particular a disfagia e os sintomas de refluxo, com impacto considerável na qualidade de vida. Como múltiplas doenças com espectros de gravidade distintos podem provocar os mesmos sintomas, é necessário que o diagnóstico seja realizado o mais precocemente possível, em particular no caso da disfagia. A doença de refluxo, pela enorme prevalência que tem na população geral, é um problema de saúde com elevado impacto clínico e económico, pelo que uma abordagem estruturada a nível da sua prevenção e do seu diagnóstico e tratamento, é fundamental.

Uma curiosidade sobre o Esófago

Em doentes submetidos a ressecção cirúrgica do esófago por cancro (esofagectomia), habitualmente faz-se a ligação do remanescente esofágico com o estômago, que é repuxado para a cavidade torácica. No entanto, em alguns casos tal não é possível, sendo necessário colocar parte do cólon (intestino grosso) a fazer a ligação entre a faringe e o estômago, tornando-se um neo-esófago.