Sobre o
Aparelho Digestivo
Esófago
Estômago
Intestino Delgado
Fígado
Pâncreas
Cólon e Reto
O Estômago
O estômago é um dos principais órgãos digestivos, com um papel central nos processos mecânico e químico da digestão. A gastrite é a doença mais comum e o cancro é um problema mundial: o 3º em termos de mortalidade com mais de 70.000 mortes anuais.
Tratar bem do estômago é fundamental, através de uma dieta equilibrada, rica em peixe, aves, fruta e vegetais, e de exercício regular, deixando de lado o tabaco, o álcool e as gorduras. Uma curiosidade: quando ficamos apaixonadamente com borboletas no estômago, provavelmente deve-se à ligação direta entre o cérebro e o trato digestivo. Quem nunca teve dores de estômago?
Conhecer o Estômago
O papel do estômago na digestão é um processo complexo que envolve várias etapas. A saúde digestiva está intimamente relaciona com a qualidade deste processo. A digestão consiste na transformação dos alimentos em substâncias assimiláveis e inicia-se na mastigação e deglutição, seguindo-se a progressão do bolo alimentar através dos movimentos peristálticos do esófago até à cavidade gástrica.
No estômago, ocorre a digestão mecânica através dos movimentos peristálticos gástricos que misturam o bolo alimentar com o suco gástrico, produzido pelas glândulas da mucosa gástrica. Simultaneamente, ocorre o processo químico da digestão, no qual os alimentos são decompostos em partículas menores graças à ação das enzimas presentes no suco digestivo. Este suco contém o ácido clorídrico, que mantém a acidez intra-gástrica, condição favorável ao trabalho das enzimas na digestão. A pepsina, a principal enzima do estômago, atua na transformação das proteínas, intensificando a digestão química. A hormona gastrina (produzida no estômago quando o alimento entra em contato com suas paredes) regula a ação da pepsina, que transforma moléculas grandes (polipeptídeos) em moléculas menores (dipeptídeos). O suco alimentar, resultado da digestão química é chamado de quimo, que por sua é conduzido para o intestino delgado através da válvula denominada piloro.
O Estômago em Portugal e no Mundo
A patologia gástrica (benigna e maligna) é frequente em todo o mundo. A gastrite é a situação mais comum. É o termo que define um conjunto de situações que se caracterizam por inflamação do revestimento interno (mucosa) do estômago. A gastrite pode ser causada por ingestão de agentes agressivos como bebidas alcoólicas, uso prolongado de medicamentos anti-inflamatórios não-esteroides (AINEs), ou infeção por agentes infeciosos como o Helicobacter pylori.
O cancro gástrico é um problema mundial. Representa a 3ª neoplasia em termos de mortalidade, com 72.300 mortes anualmente. Na Europa, em 2012, faleceram cerca de 107.000 europeus de entre os 140.000 diagnosticados com adenocarcinoma gástrico. Em 2018, o cancro gástrico era o segundo cancro digestivo mais mortal a seguir ao cancro do cólon e reto e a 3ª causa de morte por cancro em Portugal. Mata mais do que o cancro da mama e da próstata.
A infeção por H. pylori, que afeta cerca de 50% da população mundial, pode levar ao desenvolvimento de uma infeção crónica (gastrite crónica), com o desenvolvimento de úlceras ou lesões pré-cancerosas. Cerca de 1% das pessoas infetadas por esta bactéria pode vir a desenvolver cancro do estômago, se não for tratado atempadamente. A transmissão habitualmente ocorre na infância e está associada a más condições socioeconómicas. É o principal fator de risco para cancro de estômago, mas é também o mais facilmente tratável. Sempre que se deteta deve ser tratado.
A Saúde Digestiva do Estômago
A saúde digestiva (e geral) depende significativamente do estômago. Recomenda-se a prática de hábitos saudáveis, como manter uma dieta equilibrada, rica em peixe, aves, fruta e vegetais, e uma atividade física regular. Devem-se evitar os alimentos com elevado teor de sal e produtos nitrogenados, fumados, salgados ou conservados em vinagre, bem como carnes gordas ou processadas e seus derivados. É fundamental abandonar o consumo de tabaco e álcool, fazer exercício regular e evitar o excesso de peso, bem como evitar o consumo de alguns medicamentos (como AINEs) sem prescrição médica. Adicionalmente, condições de higiene e sanitárias adequadas, evitar o consumo exagerado de gorduras, cafeína, e condimentos ácidos e picantes, mastigar bem os alimentos e respeitar os horários das refeições, podem ajudar na saúde digestiva.
Prevenir, Diagnosticar e Tratar
No que diz respeito à prevenção, a identificação e correção dos fatores de risco é de primordial importância, com destaque para a infeção por H. pylori, os hábitos dietéticos, o tabagismo e a obesidade.
O fator mais relevante de forma isolada é a infeção pelo H. pylori. A sua identificação é fundamental para alívio dos sintomas e promover a resolução como situações como gastrites, úlceras gástricas e duodenais, além de impedir a progressão de inflamação e reduzir o número de novos casos de carcinoma gástrico, uma vez que é um conhecido agente carcinogéneo.
Na área do diagnóstico, felizmente dispomos de exames altamente informativos acerca do estômago, os quais têm sofrido um enorme avanço tecnológico nas últimas décadas. O melhor método de diagnóstico precoce, ou rastreio, é a realização de endoscopia digestiva alta, um exame que permite uma avaliação detalhada da camada interna do estômago (mucosa), a realização de biopsias, e determinar condições e lesões que antecedem o aparecimento do cancro, reduzindo assim a mortalidade.
Quanto ao tratamento, se a causa da patologia gástrica for gastrite associada à infeção por H. pylori, o tratamento com uma associação de antibióticos pode resolver a infeção. Se a causa é o uso de medicação, como por exemplo os AINEs, a suspensão do seu uso geralmente resolve a situação. Nas situações de gastrite crónica, é frequente a necessidade de prescrição de medicamentos que reduzem a acidez do estômago.
Uma curiosidade sobre o Estômago
Não é conhecida a origem da expressão poética “sentir borboletas no estômago”. No entanto, popularmente significa uma sensação de frio na parte superior do abdómen e está relacionada com emoções fortes, como estar apaixonado. Provavelmente esta sensação ocorre devido à ligação entre o cérebro e o trato digestivo. O trato digestivo contém um conjunto de neurónios (sistema nervoso entérico), que comunicam com o cérebro (sistema nervoso central) por meio do nervo vago, uma estrutura que passa pelo tórax e liga o sistema gastrointestinal à cabeça. É também por isso que, diante de uma situação de ansiedade ou stresse, sentimos “frio na barriga” ou vontade de evacuar.
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