FODMAP é um acrónimo – de oligossacarídeos, dissacarídeos, monossacarídeos e polióis fermentáveis – que conjuga alimentos fermentáveis que são mal absorvidos pelo nosso organismo e que podem causar desconforto intestinal, originando sintomas a curto, médio e longo prazo.
Mas porque surgem os sintomas?
Os sintomas ocorrem devido à má absorção dos alimentos pelo organismo, provocando um aumento significativo de secreção de água no intestino delgado. Alguns desses alimentos de difícil absorção passam para o intestino grosso, existindo uma fermentação por parte das bactérias intestinais que levam à produção de gases e ácidos gordos de cadeia curta.
Os sintomas afetam um grupo específico de pacientes.
Devido à elevada prevalência de intolerâncias a elementos incluídos nos alimentos ricos em FOPMAP, o que se pretende com a restrição dos mesmos é melhorar os sintomas, promovendo uma melhoria na qualidade de vida.
A evidência atual para restrições baseadas em testes de intolerâncias e imunológicos, incluindo testes de alergias, é muito limitada, pelo que o recurso a estes não está indicado. Daí que a abordagem deva ser individualizada por profissionais com experiência.
A dieta terapêutica como solução
A dieta com baixo teor de FODMAPs apenas é aconselhada a pessoas que tenham a Síndrome do Intestino Irritável, sendo que existe uma taxa de sucesso inicial que ronda os 70% quando os doentes aplicam a mesma na sua rotina alimentar.
A dieta com baixo teor de FODMAPs é uma terapêutica restritiva (nomeadamente na sua fase inicial) devendo ser entendida como parte de uma abordagem multidisciplinar na síndrome do intestino irritável, permitindo obter uma melhoria no que concerne à qualidade de vida individual, social e profissional.
É extremamente importante que os profissionais de saúde que propõem uma dieta com baixo teor de FODMAPs instruam adequadamente os seus doentes em todas as 3 fases do plano. A primeira fase é a substituição de alimentos por opções de baixo teor em FODMAPs; a segunda fase consiste na reintrodução gradual de alimentos na dieta enquanto avalia se monitorizam oa sintomas; a terceira fase é a personalização da dieta para evitar alimentos que desencadeiam os sintomas.
A complexidade da dieta low FODMAP, combinada com o risco de deficiências nutricionais, e o tempo e recursos necessários para fornecer aconselhamento adequado nas 3 fases do plano, requer os serviços de um nutricionista devidamente treinado.