Há 2.500 anos, os Babilônios já faziam referência a surtos epidêmicos de icterícia que, se acreditam, ter sido provocados por hepatites. Hipócrates, médico considerado por muitos como o “pai da medicina”, é o responsável pelo primeiro registo escrito da doença onde descreveu uma epidemia de icterícia com origem incerta.
Em 1940, tornou-se evidente que havia dois tipos de Hepatite: A e a B. Contudo, o vírus que causava a Hepatite C foi apenas descoberto em 1989. Muitos dos pacientes com este vírus tinham recebido transfusões sanguíneas, mas nenhuma das duas hepatites conhecidas correspondia com o vírus na origem da inflamação.
Três cientistas desvendaram o vírus da Hepatite C e, pela primeira vez, abriram a porta ao desenvolvimento de uma cura que permitisse minimizar este problema de saúde pública. Em 2020, os cientistas Harvey J. Alter, Michael Houghton e Charles M. Rice seriam galardoados com o Prémio Nobel de Medicina.
Harvey J. Alter ao analisar a situação percebeu que o tratamento das outras Hepatites não era eficaz nestes casos e identificou que se tratava de uma nova variante. Michael Houghton esteve encarregue de isolar a sequência genética do vírus. Charles Rice juntou o que os seus colegas haviam descoberto e procurou perceber e provar que o vírus se poderia desenvolver sozinho, tendo descoberto diferentes variações genéticas entre as amostras de doentes de Alter.
Para além de permitirem identificar doentes com Hepatite C, tornando as transfusões praticamente 100% seguras, os três cientistas contribuíram de forma inigualável para a criação e desenvolvimento de antivirais contra a Hepatite C e, assim reduzir drasticamente os casos de inflamação e mortalidade associada a este vírus.
A Academia Sueca reconheceu a importância desta descoberta e prova que ainda hoje se sente o impacto desta pandemia que ainda não foi totalmente erradicada.
É importante continuar atento à Hepatite C procurando sempre promover comportamentos preventivos eficazes, estre eles a realização regular de análises ao sangue.