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O Intestino Delgado

O intestino delgado é a parte mais comprida do tubo digestivo que vai do estômago ao intestino grosso, entre curvas e contracurvas mede 6 a 9 metros de comprimento. Está ligado à digestão e absorção dos nutrientes, aloja um “ecossistema” interno de bactérias e microrganismos (Microbioma) e tem uma vasta e rica população neurológica – daí dizer-se que é o segundo cérebro.

Cerca de 20 mil portugueses sofrem de doenças inflamatórias do intestino: Doenças de Crohn e Colite ulcerosa. A gastroenterite aguda (vómitos e diarreia) é das doenças mais comuns entre os portugueses. Dieta variada e equilibrada e utilização criteriosa de antibióticos são os segredos para manter uma boa saúde intestinal.

Conhecer o Intestino Delgado

O esófago é um tubo muscular que liga a boca (em particular a faringe) ao estômago. Tem cerca de um palmo de comprimento (20 cm), é revestido

O intestino delgado é a parte mais longa do tubo gastrointestinal, com cerca de 7 metros. O seu funcionamento está profundamente relacionado com a digestão e absorção dos nutrientes. A sua camada de revestimento (mucosa) é constituída por numerosas células, designadas enterócitos, que têm a capacidade de transporte de nutrientes do tubo digestivo para a circulação sanguínea. No entanto, as funções do intestino delgado são ainda mais complexas, através dos processos de movimentação do conteúdo no seu interior, de secreção de fluidos que são necessários para a função absortiva. O intestino aloja uma quantidade enorme de bactérias e microrganismos, que no seu conjunto se designam por Microbioma, um “ecossistema” interno, capaz de modular e interagir com muitas das funções biológicas do ser humano, mesmo com aquelas que a priori não seriam diretamente relacionadas com o sistema digestivo. São cerca de 100 triliões de bactérias pertencentes a 1000 espécies. São cerca de 60-70% das fezes.

Uma das suas funções mais importantes é transformar os alimentos nos vários constituintes do corpo humano (células, órgãos, etc.).

O Intestino Delgado em Portugal e no Mundo

Uma das doenças mais frequentes a atingir o intestino delgado é a Doença de Crohn, uma das doenças inflamatórias do intestino, em conjunto com a Colite Ulcerosa. Trata-se de uma doença crónica do trato gastrointestinal que pode acometer qualquer segmento do tubo digestivo, desde a região da boca até o ânus, sendo mais comum mais comum na parte final do intestino delgado (o chamado ileon terminal) e no intestino grosso. Portugal tem cerca de 20 mil cidadãos com uma das doenças inflamatórias do intestino.

Outra doença do intestino delgado relativamente comum é a Doença Celíaca. Existem cerca de 15 mil diagnósticos em Portugal desta doença, mas estima-se que a mesma pode atingir 1 a 3% da população. Também se trata de uma doença relacionada com fenómenos de inflamação crónica do intestino, mas que neste caso são provocados por um componente dos alimentos: o glúten.

Uma doença bastante comum que atinge a generalidade da população, em alguma altura da vida, é a Gastroenterite Aguda. Trata-se de uma inflamação provocada por um vírus ou bactéria que atinge o tubo digestivo, e que de forma transitória provoca uma perda da capacidade absortiva nas células do revestimento intestinal. Este é o motivo pelo qual surge a diarreia, um dos sintomas mais habituais dessa doença.

Outras doenças do intestino delgado, como doenças malabsortivas, infeções crónicas como a doença de Wipple (provocada por uma bactéria), e tumores, são bastante mais raras.

Algumas doenças implicam a perda de grande parte do intestino delgado desencadeando uma situação chamada “intestino curto”, de extrema gravidade.

A Saúde Digestiva do Intestino Delgado

Uma dieta variada e equilibrada é o segredo fundamental para manter uma saúde intestinal adequada. Estes aspetos estão relacionados com a própria capacidade que a dieta tem de selecionar determinadas estirpes de bactérias no intestino, influenciando a população global de “bactérias residentes”. Por exemplo, o excesso de gorduras saturadas na dieta aumenta o número de microrganismos pró-inflamatórios intestinais, estimulando a formação de alguns tipos de ácidos biliares que vão perpetuar estes “maus residentes”.

Do mesmo modo, a utilização criteriosa de antibióticos é fundamental. Cada vez que tomamos um antibiótico, eliminamos uma porção de bactérias saudáveis do intestino, que posteriormente terá que ser repovoado, por exemplo, com o auxílio de probióticos – suplementos de “bactérias benéficas” à saúde digestiva.

Prevenir, Diagnosticar e Tratar

As doenças do intestino delgado são evitadas através da adoção de um estilo de vida saudável e pela vigilância e orientação ativa de sintomas que possam surgir durante o percurso de vida. Assim, perante uma alteração persistente do transito intestinal, perda de peso não intencional, perdas de sangue pelas fezes, presença de dejeções noturnas, dor abdominal persistente, deverá ser consultado um médico, e um gastrenterologista em particular, para um adequado encaminhamento.

Uma curiosidade sobre o Intestino Delgado

Diz-se que o intestino é o segundo cérebro porque apresenta na sua parede uma população neurológica muito rica, constituída por cerca de meio bilhão de neurônios e mais de 30 neurotransmissores, incluindo 50% de toda a dopamina e 90% da serotonina presentes no organismo. Estes neurónios e neurotransmissores são globalmente designados como “Sistema Nervoso Entérico”. Estas vias neurológicas são a chave daquilo que se chama “eixo cérebro-intestino”. Por exemplo, quando estamos ansiosos, pode acontecer uma modificação do normal transito intestinal. Este é um dos aspetos que nos permite compreender as ligações intrínsecas entre estes órgãos. Considera-se que o Microbioma é um dos principais “sinalizadores” entre estes dois eixos, mediando a produção de substâncias que vão modular as vias de transmissão entre cérebro e intestino.

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