A obesidade é considerada a pandemia do século XXI, mais letal, inclusive, do que a Covid-19. Segundo os dados do Inquérito Nacional de Saúde de 2019, quase 17% da população adulta portuguesa tem obesidade e cerca de 60% tem excesso de peso (obesidade e pré-obesidade). No contexto europeu, Portugal é o terceiro país europeu com maior prevalência desta doença.
No que diz respeito à Saúde Digestiva, está provado o aumento dos cinco cancros do aparelho digestivo (cancro do esófago, estômago, pâncreas, fígado e cólon) nas pessoas com obesidade. Além de encurtar a esperança média de vida, esta doença constitui-se como um fator de risco para várias patologias do aparelho digestivo, como por exemplo o refluxo gastroesofágico, a obstipação, a doença esteatosica (de infiltração gorda) do fígado até provocar cirrose) entre muitas outras.
“Mais de metade da população adulta da União Europeia tem excesoo de peso”
Guilherme Macedo, Presidente da SPG e da Organização Mundial de Gastrenterologia
“Sabemos que cerca de 75% dos doentes obesos têm doença hepática não alcoólica, o que se reflete num aumento significativo de doença hepática avançada, de cancro de fígado e de necessidade de transplante. Mais de metade da população adulta da União Europeia tem peso excessivo”, refere Guilherme Macedo, presidente da SPG e presidente-eleito da Organização Mundial de Gastroenterologia (WGO). Acrescenta ainda que “o gastrenterologista tem um papel fundamental, trabalhando em conjunto com equipas multidisciplinares, no combate a esta pandemia que se agrava anualmente e que atinge muito a Saúde Digestiva”.
Para além do impacto na saúde individual das pessoas, a obesidade representa também despesa de mais de 81 mil milhões de euros para as economias europeias. Esta realidade reforça a urgência de uma resposta que congrega todos aqueles que convivem com esta pandemia como equipas de saúde multidisciplinares, indústria farmacêutica, nutricionistas, decisores políticos, pessoas afetadas e muitos outros grupos da população.
As possíveis soluções
Em conjunto, devem ser adotadas soluções para um problema mundial de saúde pública que pode ser prevenido e se tem agudizado na última década, representando uma das principais causas de doenças digestivas crónicas e também responsável pelo aumento do risco da mortalidade global.
A adoção de estilo de vida saudável, uma dieta equilibrada, a prática exercício físico regular e consultas regulares com um gastrenterologista são essenciais para evitar a obesidade e todos os riscos que esta acarreta e, com isso, promover a Saúde Digestiva, que tanto influencia a sua saúde global!
Para além de incorporar hábitos saudáveis na rotina, quem sofre de Obesidade deve também encontrar ajuda perto de especialistas, preparados para ajudar no combate à doença. Se sofre desta condição, não está nesta luta sozinho/a. Existem especialistas, incluindo o seu gastrenterologista, que podem, com conhecimento e experiência, fornecer o melhor auxílio para combater esta doença, que afetar significativamente a Saúde Digestiva.