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WEBINAR “Como (con)viver com Doenças Inflamatórias do Intestino”

A Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia (SPG) realizou uma sessão de esclarecimento e debate, online, de acesso livre, dirigida a doentes e familiares, para assinalar o Dia Mundial das Doenças Inflamatórias, no dia 18 de maio, pelas 19 horas, no Facebook da Saúde Digestiva by SPG.

Apesar de todos os avanços terapêuticos as DII continuam a ser doenças difíceis de tratar, com uma prevalência crescente, onde nem sempre é possível obter a remissão. Assim, o tratamento destes doentes tem sofrido evoluções consideráveis nos últimos anos, não só pelos avanços tecnológicos dos fármacos como também pelas estratégias da sua aplicação.

Nesta conversa foram abordadas as estratégias terapêuticas que os especialistas acreditam que têm vindo a provar impacto positivo no curso da doença, nomeadamente:

  • Importância da intervenção precoce, logo no início, com fármacos efetivos;
  • Delineação um alvo terapêutico em conjunto com o doente
  • Necessidade de manter uma monitorização adequada da doença que permita alcançar ou maximizar a possibilidade de alcançar os objetivos delineados.

Os alvos terapêuticos devem ser individualizados a cada doente, mas passam por alcançar a remissão clínica, laboratorial e endoscópica, com o objetivo último de prevenir a progressão da doença e devolver qualidade de vida ao doente ao longo do seu percurso com a doença.

Assista ao Webinar

As Doenças Inflamatórias do Intestino afetam 5 milhões de pessoas no mundo e 25 mil portugueses.

E a sua incidência tem vindo a aumentar.

Tendencialmente, existe um

atraso significativo entre o início dos sintomas e o diagnóstico

em doentes com DII.

Não chegues atrasado/a ao diagnóstico.

Mas afinal, o que são as DII?

As Doenças Inflamatórias do Intestino (DII) são doenças crónicas do tubo digestivo, que cursam com períodos de agudização e remissão. As DII compreendem a:

Colite Ulcerosa

É uma inflamação da camada mais interna da parede do cólon e do reto, restringindo-se, assim, à região terminal do tubo digestivo.

Doença de Crohn

É uma inflamação crónica que pode atingir qualquer região do tubo digestivo, desde a boca até ao ânus, localizando-se, mais frequentemente no último segmento do intestino delgado (íleon) e no intestino grosso.

As DII afetam principalmente jovens adultos (entre 20 e 35 anos) e podem ter consequências devastadoras na sua

qualidade de
vida

produtividade
laboral

relações
íntimas

Tem existido um aumento de casos em zonas do mundo onde previamente esta era uma doença rara, como é o caso de Portugal há 20-30 anos.


Apesar de todos os progressos feitos nos últimos anos para conhecer melhor estas doenças,

As causas da DII ainda não são bem conhecidas.

Pode existir uma tendência genética que, ao interagir com fatores ambientais, desencadeia uma resposta imunológica descontrolada que provoca o processo inflamatório crónico intestinal. Uma história familiar de DII em familiares de 1º grau (pais, irmãos ou filhos) é o principal fator de risco para doença de Crohn ou Colite.

As manifestações mais frequentes são:

as dores abdominais

a diarreia crónica

Por vezes, pode ainda haver perda de sangue com as fezes, muitas vezes interpretado de forma errada como de causa hemorroidária.


As DII são consideradas

doenças auto-imunes

existe uma resposta do sistema imunitário das pessoas com DII contra a sua microbiota intestinal, como se esta tivesse agentes infecciosos a eliminar.

Para estas doenças,
ainda não existe cura.

No entanto, existe forma de prevenir?

Nos últimos anos tem havido muito interesse por parte da comunidade científica em explorar o período pré-clínico da doença. Ou seja, tentar perceber o que acontece antes da doença ser diagnosticada.

Conhecer os mecanismos responsáveis por uma resposta imunológica inapropriada e desregulada pode ser altamente recompensador, pois permite:

melhorar o conhecimento das causas da doença, conduzindo a melhores terapêuticas

desenvolver biomarcadores que podem ser doseados no sangue ou nas fezes e que podem permitir um diagnóstico precoce

identificar potenciais estratégias (farmacológicas ou não farmacológicas) que previnam o aparecimento da doença

Esta área de investigação está em expansão e poderá permitir redefinir a forma como vemos a doença nos próximos anos.
Até lá, e na ausência de nenhuma estratégia preventiva claramente comprovada, promover uma microbiota saudável (evitar antibióticos desnecessários no início de vida, promover aleitamento materno, promover uso de dieta mediterrânica sem conservantes, etc.), evitar tabagismo e manter uma alimentação saudável são estratégias de vida saudável que podem ser promovidas junto da população em risco para desenvolvimento de DII

Existem diversas formas de tratamento.

Tratamento médico

corticosteroides, imunomoduladores e/ou tratamentos biológicos.

Tratamento cirúrgico

operação cirúrgica, sobretudo quando há estenoses (apertos) ou fistulas que não respondem ao tratamento médico. Retirar o colon é por vezes a solução encontrada.

dependendo do tipo e da extensão da doença
O objetivo do tratamento passa por reduzir a inflamação que desencadeia os seus sinais, auxiliando no alívio dos sintomas e a estimulando a cicatrização das lesões intestinais.

Porque é o diagnóstico precoce tão importante?

Os tratamentos são tanto mais eficazes quanto mais cedo a doença for diagnosticada!

O controlo da inflamação permite, não apenas um importante alívio sintomático, como reduz a necessidade de cirurgia, de uso de medicamentos mais agressivos e de internamentos.

Atualmente, registam-se atrasos no diagnóstico de mais de dois anos que impede um tratamento precoce.

Está atento/a aos principais sintomas e se detetares algum procura um médico. Com o tratamento indicado, para colmatar o impacto das DII, conseguirás recuperar qualidade de vida e ter uma vida normal.

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